sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

PIMENTA-DO-REINO
INTRODUÇÃO
A pimenta-do-reino (Piper nigrum L.) é uma planta trepadeira originária da Índia. É a mais importante especiaria comercializada mundialmente e é usada em larga escala como condimento, e também em indústrias de carnes e conservas.
O Brasil é um dos maiores produtores de pimenta-do-reino, oscilando entre a segunda e terceira posição no mercado mundial. Das 50 mil toneladas por ano, o País exporta 45 mil, principalmente para a Europa e para os Estados Unidos.
CLIMA E SOLO
O clima mais adequado para pimenta-do-reino é o quente e úmido, com precipitação pluviométrica acima de 1500 mm chuvas bem distribuídas durante a maioria dos meses do ano, temperatura média de 25°C e umidade relativa em torno de 80%. O solo deve ser de textura mediana bem drenado com relevo plano ou levemente inclinado.
VARIEDADES
As variedades mais recomendadas são: Cingapura; Bragantina e Guajarina.
FORMAÇÃO DE MUDAS
· A pimenta-do-reino é propagada comercialmente por via vegetativa pelo método de estaquia.
· As hastes para estaquia devem ser retiradas ramos de crescimento, provenientes de plantas jovens, vigorosas e sadias. É recomendável utilizar estacas de coloração verde, com 1 cm de diâmetro com 2 a 3 nós.
As estacas devem ser mergulhadas em solução de Benlate a 0,1% (10 g/ l0 litros de água) durante 10 minutos e a seguir colocadas para enraizar em vasos de polietileno.
· Manter as mudas enviveiradas por 3 a 4 meses e irrigar diariamente no período seco.
Mudas para plantio
Estacas para formação de mudas
PLANTIO
· Utilizar os seguintes espaçamentos: 2,5 x 2,0 m (2000 plantas/ha) 2,5 x 2,5m (1600 plantas/ha) e 3.0 x 2,0m (1600 plantas/ha).
· No tutoramento utilizar estacões (tutores) de madeira de 2,20 a 2,50 m de comprimento enterrando-se 0,50 m.
· As covas nas dimensões de 40 x 40 x 40 cm deverão ser abertas perto do tutor (lado do nascente) com antecedência de 30 a 60 dias do plantio e adubar com 10 litros de esterco curtido ou similar.
Área pronta para plantio
· Após reenchimento das covas as mudas serão plantadas com uma leve inclinação voltadas para tutor.
Tutoramento de mudas
· No campo as mudas recém plantadas deverão ser protegidas com folhas de palmeiras da incidência direta dos raios solares.
TRATOS CULTURAIS
· Manter o pimental livre de plantas daninhas, através de limpeza manual ou mecânica e controle químico com herbicidas. O uso de enxadas deve ser evitado, devido o sistema radicular da pimenteira ser muito superficial.
· Fazer o amarrio dos ramos de crescimento junto ao tutor com o auxílio de fita plástica.
Podar a gema terminal quando a pimenteira atingir o topo do tutor.
Em caso de ocorrência de doenças de raiz recomenda-se o arranquio e queima das plantas doentes e tratamento das pimenteiras circunvizinhas com fungicidas recomendados para a cultura.
TRATOS FITOSSANITÁRIOS
As doenças conhecidas como Podridão-das-raízes causadas por Fusarium solani f. piperis e Podridão-do-pé (Phytophthora palmivora) são as principais responsáveis pela morte das pimenteiras.
Os sintomas dessas doenças caracterizam-se pelo amarelecimento da parte aérea e apodrecimento da raiz, culminando com a morte da planta.
Não existindo variedades resistentes, recomenda-se uma série de ações para evitar que o pimental seja dizimado.
· Selecionar áreas longe de plantios doentes.
· Utilizar estacas de ramos, novos provenientes de plantas sadias e tratadas com fungicida sistêmico.
· Usar matéria orgânica curtida na cova.
· Mergulhar as tesouras de poda em solução fungicida antes de passar para a próxima planta.
Não efetuar capinas, principalmente quando a planta estiver formada.
COLHEITA E BENEFICIAMENTO
Na Bahia o período colheita da pimenta-do-reino concentra-se nos meses de março a abril e de outubro a novembro.
As espigas são colhidas quando os frutos apresentarem cor verde clara e a semente endurecida.Após a colheita, as espigas são debulhadas manual ou mecanicamente e, após a debulha, os grãos são postos para secarem ao sol ou em secadores mecânicos.
O período de secagem é de 3 a 6 dias, dando rendimento final de 30 a 35% do peso dos frutos frescos.
Autor:
Gilberto de Andrade Fraife Filho - Eng· Agr·, MSc
José Basílio Vieira Leite - Eng· Agr·, MSc
José Vanderlei Ramos – Eng· Agr·, MSc
Fonte:Ceplac/Cepec

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